l.u.a.
Lunou latente lado a lado com um L.
Respirava rapidamente, sentindo tudo U.
E Levitou sem a Ultriz do astro A.
"- O que é a loucura? - É a base de todas as paisagens." Mário Cesariny
Lunou latente lado a lado com um L.
Respirava rapidamente, sentindo tudo U.
E Levitou sem a Ultriz do astro A.
por Sílvio Mendes à(s) terça-feira, dezembro 30, 2003 0 para a meia noite
Agarras-te à hora
Em que o tempo não passou
Mergulhas nas cores
Que a loucura te emprestou
E quando te vês para lá do espelho
Encontras a solidão
Descobres o Mundo
De quem tem pouco a perder
E sobes às estrelas
Que ontem não podias ver
E perdes o medo de estar só
No meio do multidão
Tradições
Atrás de contradições
Fizeram-te abrir os olhos
Podes dizer:
Eu... sou
J.P.
por Catarina à(s) domingo, dezembro 28, 2003 0 para a meia noite
A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.
Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.
Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.
Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.
Carlos Drummond de Andrade
por Sílvio Mendes à(s) sexta-feira, dezembro 26, 2003 0 para a meia noite
Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar:
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida no ar...
Mário de sá Carneiro
por Catarina à(s) quarta-feira, dezembro 24, 2003 0 para a meia noite
a meia noite é luz. e não há forma nem coragem para a apagar.
Treva ou experiência? Deixou de o ser.
por Sílvio Mendes à(s) quarta-feira, dezembro 24, 2003 0 para a meia noite
E agora?
Agora o branco não é folha.
Mas é mais branco no privilégio de escrever a teu lado.
Experiência.
por Catarina à(s) terça-feira, dezembro 23, 2003 0 para a meia noite
se conseguires entrar em casa e
alguém estiver em fogo na tua cama
e a sombra duma cidade surgir na cera do soalho
e do tecto cair uma chuva brilhante
contínua e miudinha – não te assustes
são os teus antepassados que por um momento
se levantaram da inércia dos séculos e vêm
visitar-te
diz-lhes que vives junto ao mar onde
zarpam navios carregados com medos
do fim do mundo – diz-lhes que se consumiu
a morada de uma vida inteira e pede-lhes
para murmurarem uma última canção para os olhos
e adormece sem lágrimas – com eles no chão
Al Berto “horto de incêndio”
por Sílvio Mendes à(s) sábado, dezembro 20, 2003 0 para a meia noite