quinta-feira, setembro 15

outra quase-coisa

Esconde-esconde, o anzol.
Eu faço de árvore e tu de rouxinol.
Ambos parimos a música e protegêmo-la do sol.
Esconde-esconde dos filhos do mar
eu lanço a cana e tu ficas a olhar
saxofones afogados também são para pescar
Esconde-esconde a isca de lã.
Eu finjo de Príncipe e tu encantas-te de rã.
Se algum peixe nos morde, já está!

pouca-água, pouca-água, pouca-água, glu-glu!

vende-vende, a sardinha torta.
Eu agarro-a viva tu recebe-la morta.
Se estiver gostosinha, ninguém se importa.

vende-vende, o peixe de lata
se eu fizer de lua e tu de gata
podemos pescar palavras que ninguém se farta.

deusa-de-água, deusa-de-água, deusa-de-água, és tu-tu!

4 comentários:

paulo disse...

Que linguagem tão linda e fluída..
Adorei o teu poema Sílvio.
Abraços...

nibs disse...

pescar de rimas, ritmos e risos.
Só risos.
:)

diana disse...

lindo-lindo-lindo-lindo-lindo :)

so disse...

a mim lembra-me a poesia africana cheia de ritmo que se estudava no liceu. muito lindo :)